O estudo tem como objetivo avaliar o impacto da pandemia COVID-19 nas estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI), partindo da análise de fatores sociodemográficos, territoriais e organizacionais.
O estudo recorreu a dois tipos de fontes. Em primeiro lugar, dados oficiais provenientes do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), fornecida pela Direção Geral de Saúde (DGS), e informação de caracterização da rede ERPI e também de cariz epidemiológico cedida pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (GEP-MTSSS) e pelo Instituto da Segurança Social (ISS-IP). Em segundo lugar, a aplicação de um inquérito online ao universo de ERPI e de Unidades de Longa Duração e Manutenção da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrado (ULDM-RNCCI) em Portugal Continental.
O estudo apresenta duas conclusões principais. A primeira conclusão é que tanto a prevalência como a letalidade por COVID-19 entre os utentes das ERPI são significativamente mais elevadas do que as da restante população idosa – e também relativamente aos utentes das ULDM. A segunda conclusão é que as variáveis relativas às medidas de prevenção e resposta – equipas-espelho; equipas-casulo; restrição de circulação na proibição de visitas de familiares; existência de equipamentos de proteção individual; capacidade de criação de áreas diferenciadas; recurso a programas de apoio do IEFP entre outras – parecem não ter tido um impacto significativo na explicação da variação na ocorrência de surtos e na variação da prevalência entre diferentes instituições.
O estudo sobre “O Impacto da COVID-19 nos Lares de Idosos” foi desenvolvido pelo Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social (CoLABOR) em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), e mereceu o apoio institucional do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), em particular do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) e do Instituto da Segurança Social, I.P. (ISS-IP) e de todos os parceiros com representação na Comissão Permanente do Setor Social e Solidário (CPSS).
Autores: Daniel Carolo, Pedro Estêvão, Jena Santi